Homem deve ressarcir ex-namorada por empréstimos e gastos diversos
Fonte: Migalhas.
O
 juiz de Direito Luciano dos Santos Mendes, da 7ª vara Cível de 
Brasília, condenou um homem a restituir à ex-namorada valores referentes
 a empréstimos e gastos diversos efetuados na vigência do 
relacionamento. Os dois mantiveram relacionamento por quase dois anos, até que a mulher descobriu que ele havia casado com outra pessoa. 
Segundo a ex-namorada, o 
réu iniciou uma sequência de pedidos de empréstimos financeiros 
(empréstimos de carro, pedidos de créditos de celular e compras usando o
 cartão de crédito da autora) sempre acompanhados da promessa de 
pagamento futuro. Ela alega que para cobrir os valores sacados e para 
quitar dívidas pendentes, precisou fazer novos empréstimos que 
resultaram numa dívida total de R$ 101.537,71. E, diante do que 
intitulou "estelionato sentimental", pediu indenização pelos danos 
materiais e morais sofridos.
Em sua defesa, o réu 
alegou que os empréstimos foram "ajudas espontâneas" que lhe foram 
oferecidas a título de presentes, com o que se sentiu grato, não sendo 
crível que agora queira a autora cobrar por aquilo que lhe ofertou, 
simplesmente devido ao término da relação. Afirma que desde o início a 
autora tinha ciência de que havia reatado com sua esposa, e que a 
própria autora teria lhe proposto manter uma relação paralela ao 
casamento.
Para o magistrado, geralmente
 os casais, no intuito de manterem a unidade afetiva e progresso de vida
 em comum, se ajudam mutuamente, seja de forma afetiva, seja de forma 
financeira. No entanto, não pode existir abuso.
"Embora a aceitação de ajuda financeira no curso do relacionamento amoroso não possa ser considerada como conduta ilícita, certo é que o abuso desse direito, mediante o desrespeito dos deveres que decorrem da boa-fé objetiva (dentre os quais a lealdade, decorrente da criação por parte do réu da legítima expectativa de que compensaria a autora dos valores por ela despendidos, quando da sua estabilização financeira), traduz-se em ilicitude, emergindo daí o dever de indenizar".
Diante disso, o magistrado julgou parcialmente procedente o pedido da autora para condenar o réu a restituir-lhe: 
a) os valores que lhe foram repassados, bem como a sua esposa, mediante transferência bancária oriunda da conta da autora, no curso do relacionamento;b) os valores correspondentes às dívidas existentes em nome do réu e pagas pela autora;c) os valores destinados ao pagamento da roupas e sapatos; ed) os valores das contas telefônicas pagas pela autora, tudo conforme devidamente comprovado nos autos, devendo os valores serem corrigidos monetariamente pelo INPC e somados a juros de mora.
- Processo: 0012574-32.2013.8.07.0001
 
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